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Já esta preso o filho suspeito de matar os pais em Itajaí.

‘Chamava de pai’: como era a relação de suspeito e casal morto em Itajaí

Walter Alexandre Gonçalves, suspeito preso preventivamente pelo homicídio de sua mãe e padrasto, tinha uma aparente relação amigável com o casal morto no último dia 23, em Itajaí. Segundo a Polícia Civil, o suspeito chamava de pai o seu padrasto assassinado.

Na data em que o casal Pedro Ramiro Souza e Susimara Gonçalves Souza foi encontrado morto, o principal suspeito pelo crime fez uma postagem em que lamenta o ocorrido em Itajaí, no Litoral Norte catarinense.

“Irei amar vocês pra todo sempre, meus amores”, era o que dizia a postagem. Como foto, Walter escolheu uma em que posa ao lado das vítimas e de sua mulher.

“Chamava de pai”

Durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (2), o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí, Roney Gonçalves Alves, disse que Walter aparentava ter uma boa relação com a mãe e o padrasto, inclusive chamando-o de pai.  Porém, testemunhas relataram que Ramiro tinha certa desconfiança do enteado.

“Uma relação aparentemente harmônica, assim como com o padrasto também, não havia uma desavença declarada. Contudo, os relatos das pessoas mais próximas seriam no sentido de haver uma certa desconfiança do padrasto em relação a ele, não que ele pudesse ser capaz de fazer tal coisa, mas da capacidade de conseguir administrar com a empresa, por ele ser novo e ainda inexperiente, de certa forma, ele não mostrava capacidade para tal”, explicou o delegado.

Por não estar de acordo com algumas decisões ligadas à empresa da família, Walter teria desistido de trabalhar junto ao casal e, atualmente, trabalhava com transporte de pessoas com moto.

“Ele relatou nas entrevistas iniciais que trabalhava na empresa da família, mas tinha um pensamento divergente do pai (chamava de pai), e por conta disso não teria dado certo”, concluiu o delegado.

Prisão e investigação

Walter está preso preventivamente. Sua prisão é resultado da primeira fase da operação Saisine.  O nome para a operação foi escolhido em alusão ao termo jurídico que fala sobre a transmissão de bens a herdeiros, uma vez que a motivação do crime teria sido o acesso à herança do casal.

Além dele, um comparsa ainda não identificado teria ajudado no homicídio. A polícia define o crime como um duplo homicídio qualificado.

Até o momento, Walter se manteve em silêncio e não confessou participação no crime que culminou na morte de sua mãe e padrasto. Ele não tem antecedentes criminais.

Os investigadores trabalham, agora, para identificar o segundo suspeito visto entrando na casa no dia do assassinato.